Deu cupim na minha vara

Antigamente, um magistrado diligentedava uma, dava duas, três sentençascada dia. Mas, de repente, foi ficando diferente e o juiz logo pressenteque não põe a Vara em dia.

Que é que há, seu Doutor? Que é que há, seu Doutor?

V. Exa. sempre foi trabalhador…

Ficam na agenda inventários e partilhas…

Cáe a Vara da Fazenda…

Murcha a Vara da Família…

Não há recurso que consiga soluçãopara que um processo velho “suba” logo a conclusão.

Que é que há, seu Doutor?etc…

Muitos invocamprescrição e decadência.

Não é só maledicênciapois a cousa é triste e rara…

E o magistrado,com um aceno de cabeça: “por incrível que pareça, deu cupim na minha Vara…”
Rosse José de Oliveira