Circula na internet uma estória que bem revela o absurdo que pode chagar o excesso de erudição na linguagem jurídica. Melhor que se fale com clareza, pois o que interessa ao leigo é se ganhou ou perdeu a causa, nada mais.
Diz a lenda que um advogado de grande erudição, ao chegar em casa ouviu um barulho estranho no quintal. Lá encontrou um ladrão tentando levar seus patos de criação.
O jurista teria se aproximado vagarosamente, surpreendendo o ladrão ao tentar pular os muros com os patos. Interpelou-o:
– Oh bucéfalo anácrono ! Não o interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes, mas sim pelo ato vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa …..
E continuou ….
– Se fazes isso por necessidade, transijo; mas, se é para zombares da minha elevada prosopopéia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha bengala fosfórica bem na alto da tua sinagoga e farei com tal ímpeto que te reduzirei à qüinquagésima potência que o vulgo denomina nada.
O ladrão, surpreso e confuso, respondeu apenas:
– Doutor, eu levo ou deixo os patos?