Esta estória foi narrada por CORNÉLIO PIRES, que foi grande poeta e escritor, além de folclorista e compositor uma pessoa de grande espírito. Passo do jeito como contou o desembargador Alexandre Germano, escritor de letras claras e de alma sensível. É um causo interessante, que até pode ser verdadeiro:
Um caipira tinha uma roça de milho. Notou que toda noite sumiam umas espigas. Pensou:
– Acho que são as capivaras que invadem o milharal para comer as espigas de milho. Mandou abrir uma valeta ao redor da plantação.
De manhã, foi ver o resultado: de fato, uma capivara havia caída no buraco. Mas ao lado dela, também estava um vizinho e compadre, com um saco cheio de espigas…
O dono da roça ouviu as desculpas do compadre e lhe respondeu:
– Bem, vou jogar uma corda para você sair dai; amarre também o saco de milho… O compadre respondeu:
– Ta bem! Só que o saco de milho não é meu; nem sei de quem é… só se for da capivara!
MORAL DA ESTÓRIA
Nestes tempos de quarentena do novo Coronavirus, todo mundo em casa, cuidado com as capivaras urbanas, que assaltam a geladeira, o forno, os armários…, não à procura de espigas de milho, mas de comidinhas, salgadas e doces. Comem e ainda largam o prato sujo na pia…